segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VIDA FAMILIAR E POLÍTICA DO CORONEL JOÃO RIBEIRO - Um dos dez fundadores de São Joaquim

Por Ismênia Ribeiro Schneider


PARTE 1 – DADOS FAMILIARES
                                                                       Contextualização:
João da Silva Ribeiro Júnior – “Cel. João Ribeiro"
Nascimento: 29.03.1819   Falecimento: 10.05.1894 (75 anos).
Nascimento provável na Fazenda do Socorro – Bom Jardim.
Casou-se em Lages, com Esmenia Baptista de Souza, em 17.05.1845.

O Coronel João Ribeiro que deu nome às praças centrais de Lages e São Joaquim, além de pecuarista, era político influente, chefe do Partido Conservador no tempo do Império na Região Serrana, que continuou a comandar depois de proclamada a República, já então com o nome de “Partido Republicano”. Foi um dos fazendeiros fundadores da Freguesia de São Joaquim da Costa da Serra, no dia 1º de abril de 1873, quando desempenhou a função de chefe do Conselho Fiscal. De 1891 a 1895 foi nomeado 2º Intendente da cidade (Prefeito). Foi Presidente da Câmara de Vereadores de Lages nos anos de 1875 e 1878.

Ascendência do Cel. João Ribeiro:
Pai: João da Silva Ribeiro “Sênior” (1787-1868).
Avôs Paternos: Pedro da Silva Ribeiro (1746-1835), casado com Ana Maria de Saldanha (1854 -  ?).
Bisavôs Paternos: Manoel da Silva Ribeiro (1712-1802), c. c. Maria Bernardes do Espírito Santo (Benavides) ( ?-1808). Estes foram os primeiros ancestrais que habitaram terras brasileiras. Manuel era soldado de profissão, veio para Santo Antônio da Patrulha e dali para a região de Bom Jardim, onde comprou a “Sesmaria do Pelotas”.
Trisavôs Paternos: Domingos da Silva e Domingas Pereira, de Mondim de Basto, Braga, Província de Trás-os-Montes, norte de Portugal. Ao que se sabe não vieram para o Brasil. Aí também nasceu Manoel.
Mãe: Maria Benta de Souza (1790-1857).
Avós Maternos: Matheus José de Souza (1737-1820), c.c. Clara Maria de Athayde (1774-1810). Matheus era açoriano da Ilha Terceira, natural da capital, Angra do Heroísmo.
Bisavós Maternos: José de Souza Rodrigues Medeiros, da Ilha de São Miguel, Açores, c.c. Ignês Maria da Conceição, de Angra, Ilha Terceira, casados em 25.02.1724. Não vieram para o Brasil.

Esposa: Esmenia Baptista de Souza (1831-1912) (conhecida também por Ismênia, mas no inventário do marido aparece com o nome original), filha de João Baptista de Souza (1800-1850) – Inholo - e  de sua companheira, Maria Gonçalves do Espírito Santo (?-1882). Em 1848, o casal separou-se, tendo Inholo casado com Cândida dos Prazeres Córdova. Inholo era irmão de Maria Benta, a mãe do Cel. João Ribeiro que era, desta forma, primo-irmão da mulher.
Domicílio: Fazenda “São João de Pelotas”.

Filhos:
1- Emília Baptista de Souza (1852- ?), c.c. Moysés da Silva Furtado (1832- 04.08.1900), filho de José da Silva Furtado e Joaquina Maria do Espírito Santo.
Número de filhos: 12        Domicílio: “Fazenda do Limoeiro”.
2- Ignes Baptista Ribeiro (1854-23.01.1895), c.c.:
1º esposo: Francisco Pereira de Medeiros (1854-1886), primo-irmão, filho de Manoel José Pereira de Medeiros (“Manduca Pereira”) e Ignácia Mª de Saldanha (irmã do Cel. João Ribeiro).
Número de filhos: 03     Domicílio: “Fazenda do Posto” (era parte de São João de Pelotas).
2º esposo: Ignácio Sutil de Oliveira, filho do Máximo Sutil de Oliveira e Maria das Dores Oliveira.
Número de filhos: 04, tendo morrido 02 em criança.         Domicílio: “Posto”.
3- Júlia Baptista Ribeiro (1855-1926), c.c. Luiz de Oliveira Ramos Júnior (1853-1924), “Lica Ramos”, filho de Luiz José de Oliveira Ramos “Sênior” e de Maria Gertrudes Vieira.
Número de filhos: 12
4- Affonso da Silva Ribeiro (07.10.1856-08.08.1917), c.c. Maria Umbelina Ribeiro Branco (02.01.1860-10.08.1942), filha de Antônio José Pereira Branco Sobrinho (falecido em 05.09.1861) e Umbelina de Oliveira Trindade.
Domicílio: “Fazenda do Pinheirinho”.
5- Maria Benta Ribeiro Branco (1857-  ?), c.c. Firmino José Trindade Branco (1844-     ), filho de Antônio José Pereira Branco Sobrinho e de Umbelina de Oliveira Trindade.
Domicílio: “Fazenda Santana”.
6- Ana Maria Baptista Ribeiro (1858-  ?), c. c.:
2ª núpcias: com Manoel Inácio Velho, filho de Ignácio Manoel Velho e de Maria Ignácia de Souza Velho.
Número de filhos: 08          Domicílio: “Fazenda da Conceição”, Bom Jesus, RS.
7- João Baptista Ribeiro de Souza  (1860-1944), “Cel. Baptista”, c.c. Cândida dos Prazeres de Souza (1971-1930), filha do Cel. Marcos Baptista de Souza e Maria Rodrigues de Andrade. Marcos (1835-1906) era o filho mais moço do “Inholo” e Maria Gonçalves do Espírito Santo. Era irmão da Esmênia Baptista de Souza, sendo, pois, primos-irmãos, de João Baptista Ribeiro de Souza e sua mulher,  Cândida dos Prazeres Baptista de Souza.
Numero de filhos: 10 (mais dois que morreram em criança).
Domicílio: “Fazenda São João de Pelotas” até 1894;
“Fazenda Santa Cruz” (herança paterna)
8- Maria dos Prazeres Ribeiro (1863-  ?), c.c. João Baptista de Souza Neto, “Baptista Marcos”, filho de Marcos Baptista de Souza e de “Dona Marica”.
Número de filhos: 14
Domicílio: “Fazenda Morro Chato”, Bom Jesus, RS, às margens do Rio Pelotas.
9- Belizária Ribeiro do Espírito Santo (1868-  ?), c.c. Cezário Joaquim do Amarante (25.02.1852-10.08.1929), filho de Felisberto Joaquim do Amarante e de Carlota Joaquina do Amarante (de Liz) em solteira – descendente do casal Joaquim José Pereira e Anna Maria de Santa Rita que, ao comprarem a Fazenda Grande no “Quarteirão do Portão”, tornaram-se os fundadores do depois chamado Município do Painel.
Número de filhos: por não terem filhos, adotaram a sobrinha Paschoa, filha de Ignês, falecida no parto.
Domicílio: “Fazenda do Barreiro”, no Painel.
10- Cecília Baptista Ribeiro (1868- ?), c.c. Vicente Antônio Moraes, filho de Manoel Antônio
de Moraes e Gertrudes Maria de Jesus. Separaram-se judicialmente.
Número de filhos: sem filhos.  

O Coronel João Ribeiro faleceu na Fazenda Limoeiro, Coxilha Rica, em Lages, de propriedade de seu genro Moysés da Silva Furtado, casado com Emilia. Foi enterrado no cemitério particular de Pelotinhas, devido a perturbações da ordem ocasionadas pela Revolução de 1893. No dia 10 de maio de 1897, três anos após sua morte, seus restos mortais foram transladados para o Cemitério público de Lages, o “Cruz das Almas”, após missa solene cantada na Igreja Matriz, oficiada pelo Reverendíssimo Padre Rogério Nenhaus. Nessa ocasião foram distribuídas esmolas aos pobres, em honra à memória do falecido, cidadão dos mais ricos da região, mas conhecido por sua simplicidade e generosidade.

Esclarecimentos de dados da Certidão de Óbito do Coronel João Ribeiro:
- No “Quarteirão do Pelotinhas” (hoje se diria “na Região do Pelotinhas”) ficava a “Fazenda do Limoeiro”, de Moysés da Silva Furtado, genro do Cel. João Ribeiro;
- Esmenia (com “E” e sem acento circunflexo no segundo “e” era a grafia original do nome dessa nossa ancestral). Nos documentos mais recentes (ela faleceu em 1912), encontramos seu nome como “Ismênia”;

Fontes:
- Inventário de João da Silva Ribeiro Junior, de 1894, arquivado no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara. Proc. nº 76.
- Sobrepartilha ao Inventário nº 20, em que foi inventariado o falecido João da Silva Ribeiro Junior, de 1896. Arquivado no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara. 
- Arquivos de Enedino Batista Ribeiro e de Ismênia Ribeiro Schneider.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Notas Biográficas dos Dez Fazendeiros que assumiram a chefia da Fundação de São Joaquim da Costa da Serra - A FAMÍLIA CAVALHEIRO DO AMARAL

Por Ismênia Ribeiro Schneider
Publicado no Jornal Travessia em abril e maio de 2007.


PARTE I

A Família Cavalheiro do Amaral – e seu papel na fundação da Freguesia.

Dada a relevância da Família CAVALHEIRO DO AMARAL no episódio da fundação de São Joaquim e os poucos estudos existentes sobre ela na genealogia dos primeiros povoadores, torna-se crucial iniciar pesquisas para o seu resgate histórico-genealógico: sete foram os irmãos Cavalheiro do Amaral, fazendeiros, que em 1873 se engajaram nos trabalhos, dois como conselheiros fiscais, quatro como vendedores ao grupo fundador do terreno onde se assentou a freguesia, e todos contribuindo financeiramente para a construção da capela e pelourinho, condição jurídica indispensável à fundação de qualquer póvoa naquela época. Na Comarca de Lages, a extensa região da Costa da Serra, em 1873, já era praticamente toda ocupada por grandes fazendas de criação de gado, sendo uma delas a propriedade da Família CAVALHEIRO LEITÃO, como se chamava a estirpe nas primeiras notícias que dela se tem como moradora daquela região, ainda no Século XVIII. O mais remoto ancestral de que se tem notícia, porém, foi o Sargento-Mor MIGUEL PEDROSO LEITE (1726-1811), natural de Porto Alegre, filho de Antônio Pedroso Leite e Maria Paes de Almeida Cavalheiro, c.c. INOCÊNCIA PEREIRA PINTO (1740-  ?), domiciliados  na Fazenda do “Chapéu”, na Serra Gaúcha, mas que a partir de mais ou menos 1767 tornaram-se moradores da Comarca de Lages, ele na condição de “Tropeiro”, conforme Recenseamento dessa cidade de 1790. O casal teve sete filhos, mas para o presente estudo, resumido, citaremos apenas o quinto, MANOEL CAVALHEIRO LEITÃO (1767 – ?) que veio a se tornar o rico proprietário de muitas terras  na região do atual Município de  São Joaquim, não se sabendo ainda como as adquiriu, nem se essas terras possuíam um nome genérico, pois as conhecemos apenas pelos nomes de cada  área, tal como permanecem até hoje. Para ser avaliada a sua extensão inicial, chamamos a atenção do leitor que a fazenda se expandia pelas duas margens do rio Lavatudo (grafia original desse caudal, e não “Lava Tudo”), mais para o lado de suas nascentes. Em sua margem direita, em data ainda desconhecida, foi vendida uma parte desse latifúndio que, mais tarde, transformou-se no Município de Urupema. Outra área a ela pertencente, de cerca de 200 milhões de m² foi vendida, em 1828, por Manoel Cavalheiro Leitão e sua mulher, MATHILDE DO AMARAL FONTOURA (1775- ?), ao estancieiro Manoel Rodrigues de Souza, que se tornou dono da Fazenda “Bom Sucesso”. Restou ainda para o herdeiro MANOEL CAVALHEIRO LEITÃO, filho, as seguintes fazendas: “Morro Agudo” (domicílio da família e que, talvez, fato a confirmar, fosse o nome de toda a área pertencente à família); “Varginha”; “Ilha”; “Rocinha”; “Postinho”; “Colégio”; além de três casas no centro de Lages, mais quinze escravos de alto valor econômico. Foi mais ou menos no centro dessa imensa área que, em 1873, quatro dos filhos do segundo Manoel:  Joaquim, João, Antônio e Inácio Cavalheiro do Amaral, venderam  aos fundadores da nova freguesia, uma área, por 1:250$000 (modo de grafar na época, em cardinal, a moeda corrente, o “mil-réis”), que, em ordinal, equivalia a, “um conto, duzentos e cinqüenta mil-réis”, em terreno assim descrito pelo historiador joaquinense, Enedino Batista Ribeiro, em sua monografia do município, de 1941 : “Fica a cidade situada á margem direita do riacho “São Mateus”, numa rechã cercada de outeiros e colinas de pouca elevação, a 1360 m de altura, justamente no lugar denominado CHAPADA DO CRUZEIRO, porque aí se cruzavam as duas grandes estradas gerais: uma que vinha de Lages, em demanda da cidade de Laguna, e a outra que, partindo do Rio Grande do Sul, rumava em direção aos caminhos do Desterro e outros pontos da Província de Santa Catarina”. A título de curiosidade, pois informação ainda a confirmar documentalmente, o lugar exato da freguesia chamava-se “Potreiro das Éguas”. Resumidos os dados  das propriedades, voltemos à síntese genealógica dessa importante estirpe joaquinense. Não encontramos, até este momento, outros filhos do casal Manoel Cavalheiro Leitão/Mathilde do Amaral Fontoura a não ser o filho com o mesmo nome do pai, que permaneceu solteiro, mas teve sete filhos (tidos com pelo menos duas companheiras):
MANOEL CAVALHEIRO LEITÃO, o segundo (? –  faleceu em 1860), permaneceu solteiro, mas teve os seguintes filhos, aos quais registrou com o sobrenome CAVALHEIRO DO AMARAL, e que são os cidadãos que em 1873 tanto trabalharam para a fundação e a  posterior consolidação  de São Joaquim da Costa da Serra:

1 – JOAQUIM CAVALHEIRO DO AMARAL (1830 - 1887), solteiro.
     Sobre este cidadão serão dados mais completos, porque foi um dos seis conselheiros      fiscais da fundação da freguesia.

2 – MANOEL CAVALHEIRO DO AMARAL (1831 - ?),
      Nada encontramos ainda de dados sobre este herdeiro.

3 – JOÃO CAVALHEIRO DO AMARAL (1832 –1914),
      c.c. Bertulina Rosa Fernandes
      Nº de filhos: 12
      Domicílio: uma parte da fazenda “Morro Agudo”, no lugar “Rincão da Cria”. 
 Declara em testamento que é filho de Manoel Cavalheiro Leitão e Mariana Cândida de Almeida;

4 – BENTO CAVALHEIRO DO AMARAL (1834 – 1912) solteiro,
Sobre este cidadão, igualmente, serão dados mais detalhes, porque foi um dos seis conselheiros fiscais da fundação da freguesia.

5 – IGNACIO CAVALHEIRO DO AMARAL (1839 -  ?)
      Nada encontramos, por enquanto, sobre este herdeiro.

6 -  ANTONIO CAVALHEIRO DO AMARAL TOTA (1842 – 1921),
c.c. Maria Cavalheiro do Amaral, filha de João Cavalheiro do Amaral e Bertulina Rosa Fernandes.
Antonio, filho de Manoel Cavalheiro Leitão com Maria Rosa Fernandes (segunda companheira) era, pois, tio da mulher.
      Nº de filhos: 10
      Domicílio: Fazenda “Postinho”, pertencente à Fazenda “Morro Agudo”.
      Duas casas localizadas em São Joaquim.

7 – MARIANNO CAVALHEIRO DO AMARAL ( 1845 -   ?)
      Nada ainda encontramos sobre este herdeiro.

FONTES: Livros: “Aurorescer das Sesmarias Serranas”, de Sebastião Fonseca de Oliveira, p. 230; “O Continente das Lagens”, de Licurgo Costa, p. 169. Inventários de Manoel Cavalheiro Leitão e de Joaquim Cavalheiro do Amaral, arquivados no Museu do Judiciário em Florianópolis. Inventários de Bento, Antonio, João Cavalheiro do Amaral arquivados no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara Cívil (cartório).



PARTE II  -
Os Dois Conselheiros Fiscais da FAMÍLIA CAVALHEIRO DO AMARAL

JOAQUIM CAVALHEIRO DO AMARAL
Batismo: Lages,05.01.1829 – Morte: 21.02.1887.
Companheira: CAROLINA PEREIRA.
Pai: Manoel Cavalheiro Leitão ( solteiro, mas pai de sete filhos).
Mãe: Mariana Cândida de Almeida (companheira), natural de Vacaria, RS.
Propriedades: Fazenda “Campos Bellos”, no Rincão do “Morro Agudo”; campos e matos no “Cruzeiro”, herdados do irmão Mariano; casa em Lages e, mais tarde, uma na recém fundada Freguesia de São Joaquim da Costa da Serra.
Herdeiros ( filhas e netos reconhecidos em testamento):
1 – MARIA DAS DORES CAVALHEIRO DO AMARAL, c.c.Luiz Plínio Colin;
2 -  MARIA TULUTINA CAVALHEIRO DO AMARAL, c.c. Rafhael Ribeiro;
3 – ANDRELINA CAVALHEIRO DO AMARAL, c.c. Fortunato Borges Pereira, já falecida na época do  inventário de Joaquim Cavalheiro do Amaral, e cujos filhos são seus legatários no processo:
3.1 – MARIA, 11 anos;
3.2 – CAROLINA, 09anos;
3.3 – JOAQUIM, 08 anos;
3.4 – Roza, 07 anos.


BENTO CAVALHEIRO DO AMARAL

Não encontramos dados sobre esse importante joaquinense, a não ser que faleceu em 1912, ano em que foi instaurado seu inventário, do qual retiramos mais as seguintes informações: permaneceu solteiro, tendo como companheira CÃNDIDA MARIA PEREIRA, com a qual teve uma filha, HERCULANA PEREIRA DO AMARAL, casada com JOSÉ CUSTÓDIO PEREIRA, legitimada legalmente. É a sua única herdeira. Para os três netos,  GERVÁZIO PEREIRA DO AMARAL, LAURIVAL PEREIRA DO AMARAL e ANFROSIO PEREIRA DO AMARAL, filhos de Herculana, deixa os campos e matos de sua “FAZENDA CAMPO DO GADO”, sita no município de São Joaquim. Sua companheira e avó de seus netos, enquanto viver terá usufruto dos bens que lhe couberem em partilha, revertendo, após sua morte, para os aludidos netos.. Possuía mais os seguintes bens de raiz: uma casa na já referida fazenda “Campo do Gado”, outra na Freguesia de São Joaquim; parte da “Fazenda Varginha”, da “Fazenda Morro Agudo”, a “Invernadinha” e um potreiro fechado por taipas na fazenda citada anteriormente, contíguos à cidade de São Joaquim.

Em data de 28.06.1903, o Sr. Bento Cavalheiro do Amaral fez testamento de seus haveres e bens. Entre os legatários se encontrava “um estabelecimento de caridade para asilo de indigentes, localizado em um potreiro fechado de pedras e arame da Fazenda Morro Agudo, contíguo à vila, com as seguintes confrontações: com terras de Enéas da Silva Mattos e outros, Tenente Egídio Martorano e o arroio que passa próximo desta mesma vila, avaliado por 1$200.” Documento lavrado pelo escrivão Luiz do Nascimento Carvalho, e assinado pelo juiz José Fonseca Nunes. Para administrar o legado, foi constituída a Associação Beneficente Bento Cavalheiro, instituição pia, cujos fins são a pratica da caridade e a construção de um asilo para indigentes, conforme constam em seus estatutos, sendo a referida associação  considerada apta a administrar o legado, que recebeu no  dia 15.08.1925.


Fontes: Inventários de Joaquim Cavalheiro do Amaral, arquivado no Museu do Judiciário em Florianópolis, e o de Bento Cavalheiro do Amaral, arquivado no Cartório da 2ª Vara Civil do Fórum de São Joaquim.  Acervos de Enedino B. Ribeiro e de Ismênia R. Schneider, fone (48) 32252336 – e-mail: menoka@uol.com.br