terça-feira, 9 de agosto de 2016

Teófilo Mattos

Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde

Teófilo[1] (Teóphilo[2]) Mattos (03/11/1906 - 15/03/1994) é filho de Juvenal da Silva Mattos (02/01/1865 - 02/11/1951) e de Mariana Martorano (11/08/1876 - 29/04/1927).

Nota: Juvenal da Silva Mattos é filho de Joaquim da Silva Mattos Sobrinho, conhecido como Joaquim das Palmas, e de Theodora Alves da Silva.
 Mariana Martorano é filha de Domingos Martorano e de Philomena (Filomena) Beviláqua (italianos).
Casamento de Juvenal e Marianna: 27 de setembro de 1894, São Joaquim-SC.



Teófilo jovem.

Teófilo casou-se com Tarsila Vieira (13/11/1910 - 11/03/1985), filha de Manoel Inácio Ribeiro Vieira (nasc. 14/07/1885) e de Maria dos Prazeres Vieira (1885 - 16/04/1973). Casamento: 7 de abril de 1934, Urubici-SC[i].

Manoel Inácio Ribeiro Vieira e Maria dos Prazeres Vieira, pais de Tarcila Vieira.


Tarsila foi adotada ainda criança pelos tios paternos, Cel. Boanerges Pereira de Medeiros e Felicidade Vieira de Medeiros, com quem cresceu. Segundo Elizabeth Mattos, Tarsila “foi considerada uma das mais belas moças joaquinenses da sua época” e salientou-se também por sua educação esmerada. Além disso, estudou música com a cunhada musicista, Hilda Mattos, além de pintar quadros com “óleo sobre tela”, sendo os mais conhecidos “Balsa de Urubici” e o “Gaúcho”.
Durante o tempo que viveu com o marido, Teófilo, foi uma grande companheira e incentivadora de suas realizações públicas, além de educar as filhas segundo seus méritos e dons artísticos[i]. De acordo com Elizabeth Mattos, Tarsila era muito religiosa e pouco antes de seu falecimento, o que veio a acontecer em 12 de março de 1985, pediu para o esposo “que suas jóias fossem vendidas para a construção de uma casa para os Vicentinos, pedido que foi realizado após a sua morte pelo próprio Teófilo Mattos, em ato solene”[ii].

Tarsila Vieira.

Tarsila com 15 anos.



 Balsa de Urubici, quadro de Tarsila Vieira.


O Sheik, quadro de Tarsila, enviado por Salvio Aparicio à Elizabeth Mattos.

Teófilo Mattos e Tarsila Vieira.

Teófilo e Tarsila não tiveram filhos, mas adotaram e legitimaram duas meninas. Uma delas, Arminda, foi adotada com seis anos de idade e a outra, Elizabeth, com um ano e quatro meses (Arminda já tinha então onze anos)[ii]. Arminda Borges Miguel, nascida em Urubici-SC, é filha biológica de Pedro Cândido Borges e de Maria Clara Prestes Borges. Elizabeth Vieira Mattos, nascida em São Joaquim-SC, é filha biológica de Nicanor Neves da Rosa e Lorena Domiciano da Rosa[iii].


Arminda, Tarsila, Elizabeth e Teófilo Mattos.

Filhas de Teófilo e Tarsila:
F1 – ARMINDA BORGES MIGUEL (nasc. 19/01/1946), c.c. Santos Miguel (nasc. 04/1937).

Arminda Borges Miguel.


Arminda fiando lã de ovelha.

Filhos:
N1.1 – Rudynei Miguel (nasc. 1954);

N1.2 – Rosinete Miguel (nasc. 1956). Companheiro: Francisco Morais.

N1.3 – Rosane Miguel, c.c. Antonio Diomar Mondadori.
Filhos:
BN1.3.1 – Kelvis Miguel Mondadori;
BN1.3.2 – Guilherme Miguel Mondadori Mondadori;
BN1.3.3 –Francys Miguel Mondadori.

N1.4 – Rosimere Miguel F. Borges (nasc. 27/07/1966), c.c. Adelar Ferreira Borges (nasc. 30/10/1964).
Filhos:
BN1.4.1 – Rafael Zanete Miguel (nasc. 08/08/1985).
BN1.4.2 – Renata Miguel F. Borges (nasc. 15/01/1998).

N1.5 – Marcio Miguel (nasc. 27/02/1969), c.c. Mariléia Ancelmo (1977 - 18/06/2010).
Filhos:
BN1.5.1 – Thiago Ancelmo Miguel.
BN1.5.2 – Thalita Ancelmo Miguel.

N1.6 – Iram Miguel (nasc. 1970), c.c. Luciana Miguel.
Filhos:
BN1.6.1 – João Victor Souza Miguel (nasc. 09/01/2001).
BN1.6.2 – Luana Souza Miguel.

N1.7 – Marilda Miguel (nasc. 1972), c.c. Hélio Brunn.
Filhos:
BN1.7.1 – NastaliaMiguel Brunn.
BN1.7.2 – Gustavo Miguel Brunn.

N1.8 – Carlisie Miguel, c.c. Jakson Sousa.
Filho:
BN1.8.1 – Murilo Miguel.

N1.9 – Teófilo Miguel, c.c. Adriana Miguel.
Filho:
BN1.9.1 – Henrique Miguel.

F2 – ELIZABETH VIEIRA MATTOS (nasc. 28/02/1956). Ex-mulher de José Gilmar Mondadori (nasc. 20/02/1959), com quem teve três filhos:
N2.1 – Mariana Mattos Mondadori (nasc. 16/11/1984).
N2.2 – José Gilmar Mondadori Filho (nasc. 24/07/1989).
N2.3 – Thalis Henrique Mattos Mondadori (nasc. 30/12/1997).


Elizabeth Vieira Mattos.


Autobiografia de Teófilo Mattos, reeditada por sua filha Elizabeth Mattos:

Nasceu em 03 de novembro de 1906 e faleceu em 15 de março de 1994, na cidade de São Joaquim – SC, filho de Juvenal da Silva Mattos e Mariana Martorano Mattos. Teve seis irmãos: Hilda Mattos, Aparício, Filomena, Aires, Elvira. Neto pelo lado paterno de Joaquim das Palmas da Silva Mattos, um dos fundadores de São Joaquim e pelo lado materno, de Domingos Martorano, que veio da Itália para São Joaquim em fins do século XIX. Sua mãe Mariana, também nasceu na Itália e veio para o Brasil com quinze anos.
Foi casado desde 1935 com Tarsila Vieira Mattos, descendentes da grande família Vieira de São Joaquim, sobrinha e filha adotiva do Cel. Boanerges Pereira de Medeiros e Felicidade Vieira Medeiros. O Cel. Boanerges foi Deputado Estadual por São Joaquim, na década de 1930 e, em seguida, primeiro Prefeito Municipal deste Município. Tem duas filhas adotivas: Arminda Borges Miguel e Elizabeth Vieira Mattos. Fez os seus estudos primários em escolas públicas desta cidade, até o 4º ano, e em seguida curso de admissão ginasial com o Dr. José da Fonseca Nunes de Oliveira, então juiz de Direito da Comarca. Em 1930, fez o curso de guarda-livros e depois passou a ser contador no Colégio Bom Jesus de Curitiba.
Muito jovem trabalhou na oficina tipográfica do “Correio Serrano” fundado em São Joaquim pelo grande jornalista catarinense Tito Carvalho. Partindo dali fundou e dirigiu vários jornais desta cidade, sendo que o último foi “A TRIBUNA” que deixou de ser editado em fins de 1932. Ainda no jornalismo, foi correspondente da ASAPRES – agencia nacional de notícias e de vários jornais e revistas. Foi membro do Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina. Foi também secretario do saudoso ex-prefeito Major Gregório Pereira da Cruz.
Na vida militar, serviu no 9º Regimento de Artilharia Montada em Curitiba, dando baixa como Sargento. Durante a Revolução Paulista em 1932, integrou como 1º Tenente do 9º Batalhão de Rua da Força Pública de Santa Catarina.
Primeiro Bacharel de São Joaquim em Ciências e Letras. Na vida profissional, foi coletor federal, por concurso público federal, tendo exercido as referidas funções de 1937 a 1968. Na vida pública, foi vereador pela extinta UDN – União Democrática Nacional, tendo como Presidente da Câmara, com o Ex-Prefeito João Inácio de Melo, fundado a Escola Técnica de Comércio de São Joaquim, da qual foi o principal articulador.
Também foi um dos fundadores do CTG Minuano Catarinense, fundado em 28 de agosto de 1962, atuando como Patrão de 1 de agosto de 1967 a 12 de outubro de 1969. Foi professor de invernada artística, promovendo grandes bailes e atuando nos piquetes, torneios de laços, gineteadas, rodeios crioulos, dentre outras culturas da tradição gaúcha. Foi sempre um grande incentivador da cultura em sua terra, fazendo jornalismo, teatro e promovendo festivais de toda a natureza.
Foi o pioneiro da radiodifusão em São Joaquim, com a sua tão lembrada pelos velhos Joaquinenses A VOZ CABOCLA, que foi uma grande alavanca propulsora do desenvolvimento de São Joaquim, em todos os seus setores.
Com os seus programas de estilo regionalista, sua ação na vida político-social de nossa terra, A VOZ CABOCLA sob a direção de Teófilo Mattos, deixou assinalados serviços à causa do progresso de São Joaquim. O primeiro serviço de autofalante teve duas ações históricas na cidade; a primeira foi a chegada da madeira puxada por 30 carros de boi para a construção da Igreja Matriz - e a segunda foi a inauguração da estrada do Rio do Rasto, em 1952, pelo então Governador Irineu Bornhausen.
Formou o primeiro grupo de teatro, o Grêmio Dramático Hortêncio Goularte nos anos 40, encenando peças como “Maria Caxuxa” e “Deus lhe Pague” onde fazia o papel de mendigo, que teve uma grande repercussão do público. Homem de comunicação e animador de festas sociais. Com o seu espírito de pioneiro, sempre desinquieto, trouxe para São Joaquim o primeiro automóvel – um Ford 1928 – cuja história de seus transcritos pelas antigas ruas da nossa Cidade é muito pitoresca. Por elas andava com a sua, e primeira, Motocicleta dessa cidade. Também foi o primeiro a usar uma bicicleta em São Joaquim, pois comprou a primeira que veio para cá.
Sempre um grande esportista, fundou com outros jovens do seu tempo várias associações, das quais se destacou o Planalto A.C., que era, no seu tempo, um dos melhores clubes de futebol de Santa Catarina, onde ele também fez parte como jogador. Foi um time de grandes vitórias. Ainda no esporte, foi o idealizador do JASJ, onde promoveu sempre animadas competições desportivas, que despertavam sempre grande animação em nossa cidade. Participou também como fundador do Clube de Escoteiros.
Foi idealizador e um dos fundadores do Centro Cultural de São Joaquim, na vida social de São Joaquim, teve sempre grande destaque. Neto, filho e sobrinho de fundadores do CLUB ASTRÉA, foi seu presidente várias vezes, com uma atuação modernizadora e de muitas atividades sociais, onde foi o idealizador e primeiro a promover o já tradicional BAILE DA NEVE. Com as suas atividades radiofônicas, atuava como locutor e animador de festas sociais, dançarino como sapateado, tango e lambada, promoveu muitos bailes, desfiles de moda e exposições em São Joaquim e em Lages. Incansável em sempre trazer inovações, foi o idealizador da festa da pecuária, logo em seguida, unindo festa com agropecuária e exposição de maçã. Anos depois decidiu fazer a primeira Festa da Maçã, em 1956.
Quando pecuarista já aposentado, dedicou-se por mais de 40 anos à criação de gado Jersey – puro da origem, tendo com os seus produtos conquistado vários troféus em exposições de São Joaquim, Lages e Expointer de Porto Alegre. Foi um dos pioneiros da introdução dessa raça leiteira nessa região.
Teófilo foi, principalmente, um estudioso da história e das coisas de São Joaquim, possuindo valiosos arquivos históricos escritos, fotografias e filmes.

Tinha como Hobby a Cinegrafia.

Casa de Juvenal da Silva Mattos, que depois passou a Teófilo Mattos.




O primeiro automóvel de São Joaquim – um Ford 1928.


Tarsila, Teófilo e Aparício Mattos (irmão de Teófilo).


Teófilo Mattos, Radialista da radio difusão A Voz Cabocla, a Primeira de São Joaquim.



Irmãos do pai Teóphilo, Maria Mattos Bathke, Teóphilo Mattos, Filomena Mattos Bleyer, Aires Mattos e Ilda Mattos.



Bodas de Ouro de Teófilo e Tarsila, em 1984. Último registro junto com Tarsila, no ano seguinte ela faleceu (Foto disponibilizada por Elizabeth Mattos).




[1] Conforme certidão de matrimônio e certidão de óbito.

[2] Conforme certidão de batistério.


Referências

Dados do arquivo de Ismênia Ribeiro Schneider.

Dados inseridos no Genoom por Rogério Palma de Lima.

Grupo Teóphilo Mattos – Grande Pioneiro Joaquinense e sua Família, no Facebook.

Inventário de Joaquim (das Palmas) da Silva Mattos Sobrinho, 1917. Inventário Judicial Registrado a Fls 11 do L1º (Sem Testamento), Juízo de Direito da Comarca de São Joaquim da Costa da Serra.

RUIZ, Glacy Weber. Juvenal da Silva Mattos. Disponível em: http://www.familiasilvamattos.com.br/juvenal_silva_mattos.html.

[i] Texto de Elizabeth Mattos, TEÓPHILO MATTOS  (Teófilo Mattos), publicado no Grupo Teóphilo Mattos – Grande Pioneiro Joaquinense e sua Família, no Facebook.
[ii] RUIZ, Glacy Weber. Theófilo Mattos. Disponível em: http://www.familiasilvamattos.com.br/theofilo_mattos.html.
[iii] Dados fornecidos por Elizabeth Vieira Mattos, a quem agradecemos especialmente pela contribuição para esta matéria.

Um comentário:

  1. A carteira de sócia do Club Astreia foi assinada pelo meu tio Liberalino Castelo Branco.

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