terça-feira, 2 de maio de 2017

Teófilo Mattos no resgate cultural

        
        Na matéria anterior apresentamos um pouco da história de Juvenal da Silva Mattos, que deu nome a uma das ruas da cidade de São Joaquim (SC). Juvenal da Silva Mattos é pai de um personagem importante para o município, que contribuiu bastante para o seu desenvolvimento: Theóphilo Mattos (Teófilo Mattos). 
            Assim, aproveitamos o momento para postar uma matéria publicada no Jornal Mural Especial, de julho de 2000, intitulada:


Teófilo Mattos no resgate cultural
Amor pelas tradições de São Joaquim e da região serrana

(Publicado no Jornal Mural Especial, julho de 2000)


A paixão pela história, pelas comunicações e pela cultura era fato marcante na vida do joaquinense Teófilo Mattos, que durante quase toda a sua existência se dedicou a resgatar documentos e registrar fatos ligados aos aspectos políticos, sociais e esportivos de São Joaquim. O rico acervo documental e fotográfico que reuniu, foi considerado, em certa época, o referencial histórico mais forte do município.
Natural de São Joaquim, filho de Mariana Martorano e Juvenal da silva Mattos. Teófilo nasceu em três de novembro de 1907, e desde muito jovem revelou grande talento para a imprensa, especialmente no registro da história e cultura da região serrana.
Com espírito de pioneirismo, trouxe para São Joaquim o primeiro automóvel, um Ford 1928, que percorria a rua central da cidade despertando curiosidade nos moradores.
Em 1935 casou-se com Tarsila Vieira Mattos, e teve duas filhas adotivas, Arminda Borges Miguel e Elizabeth Mattos Mondadori.
Na sua vida profissional e política foi Coletor Federal (1937 a 1968), secretário do prefeito Gregório Cruz, vereador pela extinta UDN (onde ajudou a fundar a Escola Técnica do Comércio de São Joaquim) e pecuarista (responsável pela introdução da raça de gado Jersey P.O. na região). Foi ainda ator, radialista, animador de festas sociais, historiador, tipógrafo, prático de farmácia, jogador de futebol e escoteiro. E apesar das tantas funções que exerceu durante a vida, nunca deixou de ser um grande incentivador da cultura de sua serra, fazendo jornalismo, teatro e promovendo festivais de toda a natureza.
Como esportista fundou várias associações, com destaque para o Planalto A.C., um dos melhores clubes de futebol de Santa Catarina no seu tempo, time do qual também era jogador. Ainda no esporte, promoveu animadas competições esportivas. Na décade de 70 participou da criação dos Jogos Abertos de São Joaquim.

Atuação na imprensa

Por volta de 1918, iniciou sua vida jornalística, trabalhando na oficina do jornal “Correio Serrano”, dirigido pelo jornalista Tito Carvalho. Contagiado pelo emocionante mundo da imprensa, desde então fundou e dirigiu vários jornais em São Joaquim, sendo que o último foi “A Tribuna”, editado até fins de 1932. Ainda no jornalismo, foi correspondente da antiga agência de notícias ASEPRESS em Santa Catarina e escreveu artigos sobre a história, o folclore e as tradições serranas, para vários jornais catarinenses e do Rio Grande do Sul.
Teófilo Mattos foi também o pioneiro na radiodifusão em São Joaquim, com a criação do “A voz cabocla” em 1945, o primeiro veículo de imprensa falada do município. A improvisada emissora de rádio, que atuava através de um sistema de autofalantes, transmitia programas musicais variados e shows com artistas locais, além de anunciar avisos de interesse público, aniversários, casamentos e falecimentos. A Voz Cabocla permaneceu no ar até 1963, quando começou a funcionar a atual Rádio Difusora.

Contribuição cultural

Amante das artes e das tradições, Teófilo Mattos foi um grande incentivador da cultura joaquinense, contribuindo com inúmeros feitos para o seu enriquecimento.
Na década de 40 formou o primeiro Grupo de Teatro de São Joaquim, denominado Grêmio Dramático Hortêncio Goulart, encenando peças como “Maria Cachucha” e “Deus lhe pague”.foi também presidente do Clube Astréa, com uma atuação modernizadora e de muitas atividades sociais, onde criou o tradicional Baile da Neve.
Participou da criação da Banda Mozart, do Grupo de Escoteiros, da Escola Técnica do Comércio, do CTG Minuano Catarinense e do Centro Cultural de São Joaquim, a maior instituição cultural do município.
Era também membro da Comissão Catarinense de Folclore, onde demonstrou sua grande preocupação com a descaracterização da verdadeira cultura serrana.
Em 1988 passou a fazer parte do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, onde manifestou seus anseio pela preservação e destino do seu acervo documental, solicitando que se fizesse um estudo para a criação de uma fundação que levaria seu nome. O estudo foi produzido e levado a conhecimento de Teófilo, mas a sua doença e seu falecimento em 15 de março de 1994 impediram a concretização.

Estudioso da história e das coisas de São Joaquim, através do seu valioso arquivo sobre o assunto, antes de adoecer pretendia escrever o livro intitulado “São Joaquim – sua formação, sua história e sua gente”. Com a vida interrompida antes do livro se concretizar, o sonho de Teófilo Mattos foi repassado para as filhas Arminda e Elizabeth, que ainda pretendem realizar o último desejo do pai, de não deixar no esquecimento tudo o que ele realizou durante a vida.




Mais informações sobre Theóphilo Mattos em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2016/08/teofilo-mattos.html e
http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2016/08/arvore-genealogica-do-tronco-principal.html.

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